Vírus COVID-19 Coronavírus

Novas previsões da OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho

A pandemia de COVID-19 está a provocar um efeito devastador nos horários de trabalho e nos rendimentos, a nível mundial. As novas previsões da OIT foram divulgadas esta terça-feira, depois de inicialmente, a 18 de março, a organização ter avançado uma projeção que apontava para a perda de 25 milhões de empregos ao longo de 2020.

De acordo com a segunda previsão da OIT, prevê-se que a crise do COVID-19 faça desaparecer 6,7% das horas de trabalho, a nível mundial, no segundo trimestre de 2020 – o equivalente a 195 milhões de pessoas com emprego a tempo completo.

São esperadas perdas substanciais em diferentes grupos de rendimento, mas especialmente nos países de rendimento médio alto (7,0%, 100 milhões de pessoas com emprego a tempo completo). Estes números excedem em muito os da crise financeira de 2008-09.

Entre os setores em maior risco incluem-se os dos serviços de hotelaria e restauração, indústria, retalho, atividades comerciais e administrativas.

Mais de quatro em cada cinco pessoas (81% ) das 3.3 mil milhões que compõem a força de trabalho mundial são afetadas pelo encerramento total ou parcial do seu local de trabalho.

A nova estimativa reflete as reduções e suspensões da prestação de trabalho que estão a ocorrer em vários países e o horizonte da projeção é também mais curto: os cálculos valem apenas para o segundo trimestre.

São necessárias medidas políticas integradas e em grande escala, centradas em quatro pilares: apoio às empresas, ao emprego e rendimentos; estímulo à economia e à oferta de trabalho; proteção dos trabalhadores  no local de trabalho; e o recurso ao diálogo social entre governos, trabalhadores e empregadores para encontrar soluções, destaca o estudo.

Pilar 1
Estimular a economia e a oferta de trabalho
  • Política fiscal ativa;
  • Adequar a política monetária à situação;
  • Linhas de crédito e apoios financeiros para setores específicos, incluindo o setor da saúde.
Pilar 2
Apoiar empresas, empregos e rendimentos
  • Alargar a proteção social para todos;
  • Aplicar medidas de manutenção de empregos;
  • Fornecer às empresas apoio financeiro/fiscal.
Pilar 3
Proteger os trabalhadores no local de trabalho
  • Reforçar as medidas de SST;
  • Adaptar os regimes de trabalho (ex. o teletrabalho);
  • Prevenir a discriminação e a exclusão;
  • Facultar o acesso à saúde para todos;
  • Alargar o acesso às licenças remuneradas.
Pilar 4
Encontrar soluções mediante o diálogo social
  • Reforçar a capacidade e resiliência das organizações de empregadores e de trabalhadores;
  • Reforçar a capacidade dos governos;
  • Reforçar o diálogo social, a negociação coletiva, as instituições e os procedimentos de diálogo social.

Este é o maior teste à cooperação internacional em mais de 75 anos”, referiu Ryder. “Se um país falha, então todos falhamos. Temos de encontrar soluções que ajudem todos os segmentos da nossa sociedade a nível global, particularmente aqueles que são mais vulneráveis ou menos capazes de se ajudar a si mesmos.”

Fonte: OIT