A Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou o seu mais recente Relatório Global sobre os Salários 2024/25, que oferece uma visão abrangente sobre as desigualdades salariais e as tendências globais.
O relatório alerta para os impactos da inflação e das disparidades salariais, destacando a necessidade de medidas urgentes para proteger o poder de compra dos trabalhadores, apresentando algumas conclusões como:
- Durante o primeiro semestre de 2022, os salários reais registaram uma redução de 0,9%, marcando a primeira queda global deste tipo no século XXI. A descida foi particularmente acentuada na União Europeia e América do Norte, enquanto as economias da Ásia e Pacífico apresentaram um crescimento moderado.
- O aumento generalizado dos preços deteriorou o poder de compra, especialmente entre famílias de rendimentos baixos, que direcionam a maior parte dos seus salários para bens essenciais. O relatório destaca que, em muitos casos, os aumentos do salário mínimo não foram suficientes para compensar a perda de poder de compra.
- Nos países do G20, as economias avançadas registaram uma diminuição de 2,2% nos salários reais, enquanto as economias emergentes tiveram um crescimento de 0,8%, ainda assim 2,6% abaixo dos níveis do primeiro semestre de 2019.
- As mulheres continuam a enfrentar disparidades salariais significativas, sendo sub-representadas entre os trabalhadores com salários mais baixos.
A Organização insta os governos a adotar medidas urgentes para manter o poder de compra dos trabalhadores, como atualizações dos salários mínimos, reforço da negociação coletiva e do diálogo social tripartido, bem como, medidas específicas para grupos vulneráveis, nomeadamente:
- Definir salários por meio do diálogo social: Os salários devem ser definidos e ajustados por meio de negociação coletiva ou de sistemas de salário mínimo acordados envolvendo governos, trabalhadores e empregadores.
- Adotar uma abordagem global: A fixação dos salários deve levar em conta tanto as necessidades dos trabalhadores e das suas famílias como os fatores económicos.
- Promover a igualdade e a igualdade de oportunidades de tratamento e de resultados: as políticas salariais devem apoiar a igualdade de gênero, a equidade e a não discriminação.
- Utilizar dados confiáveis: as decisões devem se basear em dados e estatísticas confiáveis.
- Abordar as causas estruturais dos baixos salários: As políticas nacionais devem refletir o contexto específico de cada país e abordar as causas dos baixos salários, como a informalidade, a baixa produtividade e a subvalorização dos empregos em setores como a economia de cuidados.
O relatório destaca que, sem medidas adequadas, a perda de poder de compra poderá agravar a desigualdade e a pobreza, gerando potenciais conflitos sociais.
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Fonte: OIT