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OIT denuncia desigualdade de género nas licenças parentais pagas

Uma nova nota informativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulada “Closing the Gender Gap in Paid Parental Leaves”, publicada por ocasião do 25.º aniversário da Convenção n.º 183, sobre a Proteção da Maternidade, 2000,  revela uma disparidade global significativa entre os direitos de mulheres e homens no acesso à licença parental paga. Em média, as mulheres têm direito a 24,7 semanas de licença remunerada, enquanto os homens apenas a 2,2 semanas — uma diferença de mais de cinco meses. A OIT alerta que esta desigualdade perpetua os papéis tradicionais de género e reforça as barreiras à igualdade no trabalho e em casa.

O estudo destaca que 57% da população mundial vive em países onde as mulheres recebem entre três a seis meses a mais de licença paga do que os homens, e em 71 países os pais não têm qualquer direito a licença parental remunerada. A OIT defende que políticas mais equitativas — com licenças bem pagas, não transferíveis e protegidas por lei — são essenciais para promover uma partilha justa das responsabilidades familiares. Estima-se que garantir pelo menos 14 semanas de licença paga a ambos os progenitores exigiria um investimento global adicional de 0,13% do PIB até 2035, com potencial para criar mais de quatro milhões de empregos formais.

A nota informativa propõe quatro medidas fundamentais: ratificar e aplicar a Convenção n.º 183; reconhecer o papel dos pais nos cuidados; garantir direitos individuais de licença parental remunerada; e assegurar financiamento inclusivo, especialmente para trabalhadores informais. Exemplos de boas práticas incluem os modelos de Espanha e da Suécia, entre outros, que demonstram como reformas bem desenhadas podem promover maior igualdade de género e beneficiar tanto as famílias como os empregadores.

Fonte: Escritório da OIT-Lisboa