De acordo com uma análise elaborada pelo ILOSTAT, a transição da escola para o mundo trabalho continua a ser um processo difícil para os jovens e, de acordo com os dados disponíveis de cerca de 60 países, essa dificuldade aumenta, tendo em conta o género ou a região em que se encontram [ver aqui].
Paralelamente, existem 935 milhões de trabalhadores no mundo que têm um emprego que não corresponde ao seu nível de educação: 72% possuem um nível de educação inferior à média, enquanto que os restantes 28% possuem um nível de educação superior. Estes dados do ILOSTAT abrangem 114 países, pelo que, mundialmente os números reais serão provavelmente mais elevados [ver aqui]
No passado dia 9 de março, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou o relatório Global Employment Trends for Youth 2020: Technology and the future of jobs que explica que os jovens que concluem estudos de nível superior correm menos riscos de verem o seu posto de trabalho substituído pelo efeito da automatização. Contudo, enfrentam outros desafios, visto que a oferta deste tipo de mão-de-obra é superior à procura, o que leva a uma baixa do valor salarial para os jovens com formação superior.
Desde a publicação do relatório anterior, em 2017, há uma tendência de crescimento de jovens que não estudam, não trabalham nem frequentam formação (NEET*). Em 2016 existiam 259 milhões de jovens NEET, número que em 2019 se estimou em 267 milhões, e se prevê que continue a aumentar até alcançar 273 milhões em 2021.
Em termos percentuais, a tendência também está a aumentar, passando de 21,7% em 2015 para 22,4% em 2020. Estas tendências sugerem que não se alcançará a meta estabelecida pela comunidade internacional de reduzir substancialmente a taxa de jovens NEET em 2020.
*Acrónimo inglês (not in education, employment, or training)