De acordo com o novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os trabalhadores migrantes desempenham um papel crucial no mercado de trabalho mundial, já em 2022 representavam 4.7% da força de trabalho total (167,7 milhões), um aumento de mais de 30 milhões de migrantes desde 2013.
O relatório, intitulado «Estimativas Globais da OIT sobre Trabalhadores e Trabalhadoras Migrantes Internacionais», refere que, em resultado das barreiras linguísticas, das dificuldades no reconhecimento das qualificações, por discriminação, por opções limitadas de cuidados infantis, a taxa de desemprego é mais alta entre os migrantes (7,2%) do que entre os não migrantes (5,2%), sendo especialmente elevada nas mulheres migrantes (8,7%).
Ainda assim, entre 2017 e 2022, o desemprego dos migrantes diminuiu na Europa e na Ásia Central, de 11,2% para 6,2%. Já em África, a quebra foi de 12,3% para 11,4%. E nas Américas a taxa estabilizou nesse período.
A importância do setor do cuidado e dos serviços
Sete em cada dez dos trabalhadores migrantes exercem funções no setor dos serviços. Também entre os não migrantes, os serviços têm um peso relevante no emprego, mas menos expressivo (51,5% contra 68,4%).
A OIT salienta que essa tendência foi amplamente impulsionada pela procura global por cuidados e trabalho doméstico, particularmente entre as mulheres. Assim, 28,8% das mulheres migrantes e 12,4% dos homens migrantes estavam empregados na economia de cuidados, em comparação com 19,2% das mulheres não migrantes e 6,2% dos homens não migrantes.
O relatório deixa algumas recomendações relativamente à integração dos migrantes nos mercados de trabalho, como melhorar o acesso a oportunidades de trabalho digno e aumentar a proteção destes trabalhadores.
“Com a maioria das pessoas migrantes empregadas em setores de alta procura, garantir acesso equitativo a oportunidades de emprego para promover o desenvolvimento sustentável e mercados de trabalho inclusivos é uma prioridade política“, salienta o relatório.
Já o Diretor-Geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, assinala que “os trabalhadores e trabalhadoras migrantes são indispensáveis para lidar com a escassez global de mão de obra e contribuir para o crescimento económico”, sendo que “garantir os seus direitos e acesso a trabalho digno não é apenas um imperativo moral, mas também uma necessidade económica“.
Fonte: OIT